Autarquia de Montalegre dá parecer desfavorável à exploração mineira na Borralha

Em declarações à Agência Lusa, a autarca de Montalegre, Fátima Fernandes, justificou o parecer desfavorável à exploração mineira na Borralha, no concelho de Montalegre, alegando “aspetos que são muito preocupantes” aferidos pelo estudo feito pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Este parecer negativo contou, de acordo com a Lusa, com votos a favor dos vereadores do PSD, que na sequência de um comunicado publicado nas redes sociais sublinharam a “oposição frontal ao projeto mineiro, sustentada em pareceres técnicos e na defesa do território, da saúde pública e do património agrícola”.

De 7 de outubro a 17 de novembro e através do portal ‘Participa’, a consulta pública da mina da Borralha contou 653 participações, sendo que decisão final, tomada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Avaliação de Impacte Ambiental está prevista, segundo a Agência Lusa, para janeiro do próximo ano.

A empresa Minerália, com sede em Braga, quer explorar tungsténio e, adicionalmente, produzir concentrados de cobre e de estanho numa área que tem como aldeias mais próximas a Borralha, Caniçó e Paredes de Salto.

 As minas da Borralha abriram em 1903 e chegaram a ser um dos principais centros mineiros de exploração de volfrâmio em Portugal, tendo terminado atividade em 1986.

Como impactes negativos o Estudo de Impacte Ambiental aponta a necessidade de desocupar habitações, a alterações na paisagem, aumento das poeiras, ruído e vibrações, o risco de afetação da qualidade da água e a potencial perturbação das comunidades faunísticas.

Em sentido inverso, a empresa propõe medidas de minimização dos impactes durante a fase de projeto de execução, na fase prévia à construção, na fase exploração e de desativação. Propõe ainda medidas de compensação específicas para o projeto.

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